quarta-feira, 10 de agosto de 2016

GUITARRISTA DO DESERTO

        
            GUITARRISTA  DO  DESERTO
                 

       Foi um dia de sol muito quente! O entardecer se aproximando, Marcos ainda não tinha encontrado água e nem ao menos um cantinho para dormir. Já estava muito cansado, e sua única companhia! Sua guitarra, então ele toca, toca só para ele mesmo, pois naquele deserto só se vê areia, muita areia, as quais o vento as toca levando e trazendo de um lado para o outro. Marcos anda sem rumo tocando sua guitarra a meses, desde que sua amada o abandonou! Sem saber o motivo, e nem pra onde ela havia ido, Marcos se entristeceu! Pegou sua guitarra e saiu sem rumo, para esquecer sua tristeza, tocava a guitarra sem parar. Naquela  tarde, ele não pensava e nem queria nada mais do que um poço de água e lugarzinho sem tanta areia que ele pudesse seu corpo descansar. Com a tal fome ele nem se preocupava, só comia algo quando por ventura no caminho encontrava isto muito raramente, mas naquela tarde algo o incomodava, sem saber, então começou a pensar, pra onde estou indo? O que estou fazendo com minha vida? Naquele momento Marcos procurou se lembrar do acontecido, mas só se lembrou do passado como um vulto, aquela forte dor! Ele não sentia e até parecia nem se lembrar, neste momento, pensou! Viver é o mais importante, mas agora como? Aqui estou eu, no meio do nada, ou seja, no meio a tanta areia, como encontrar a vidas? Começou a pensar, acho que aqui morrerei! A sede é tanta que Marcos já esta ficando sem forças para caminhar, mas também caminhar pra onde? Voltar, também ele não mais sabia, não sabia o caminho e nem se queria. Perdido não se sabe se em pensamentos ou se em delírios, provocado pela sede e pelo calor, quando ele percebe esta no meio de um vendaval que a poeira tampa toda sua visão, ele fecha os olhos para protegê-los da areia, ele senta e sem fé,quase se entrega; mas sua alma CLAMA pela vida. Dirrepente tudo se acalma, ele sente calma e menos calor, levanta e olha em todo seu redor, de onde nada se vê, fita os olhos no horizonte e uma fecha de esperança se abre em sua frente, ele avista uma fumaça ao longe; mas não desanima e caminha em sua direção, anda mais ou menos umas uma hora, sempre parando para não perder o rumo. Até que enfim chega, e encontra um ranchinho de folhas de coqueiros que ele pensa veio de onde estas folhas! Chama mas ninguém responde, ele entra e encontra vários potes com água, um fogão a lenha com um caldeirão de feijão, cujo cheiro é convidativo, toma vários e vários copos de água, espera pra ver chega alguém até muito tarde, mas nada, ninguém chega, ele resolve comer o feijão, em seguida deita em uma rede que ali encontra e adormece, só acordando com os raios do sol em seu rosto, levanta a cabeça, e ao lado da rede em um tamborete de madeira, esta um senhor com a idade já bem avançada, ali sentado o olhando. O qual o pergunta; dormiu bem? Ele assustado- responde; desculpa senhor tomei o seu lugar; o senhor diz, não, você não tomou meu lugar, este lugar eu preparei pra te esperar, é seu, fique e encontre a paz. O senhor saiu e se foi antes que ele dissesse uma só palavra, mas entendeu que pra ser feliz, não precisamos de muito, só um ranchinho que nós cubra do calor do sol e das gotas da chuva.
 Hoje Marcos é FELIZ! É o melhor guitarrista do deserto.


Ironita Mota
Este conto  esta no meu livro CASEBRE de contos.

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