GUITARRISTA
DO DESERTO
Foi um dia de sol muito quente! O
entardecer se aproximando, Marcos ainda não tinha encontrado água e nem ao
menos um cantinho para dormir. Já estava muito cansado, e sua única companhia!
Sua guitarra, então ele toca, toca só para ele mesmo, pois naquele deserto só
se vê areia, muita areia, as quais o vento as toca levando e trazendo de um
lado para o outro. Marcos anda sem rumo tocando sua guitarra a meses, desde que
sua amada o abandonou! Sem saber o motivo, e nem pra onde ela havia ido, Marcos
se entristeceu! Pegou sua guitarra e saiu sem rumo, para esquecer sua tristeza,
tocava a guitarra sem parar. Naquela
tarde, ele não pensava e nem queria nada mais do que um poço de água e
lugarzinho sem tanta areia que ele pudesse seu corpo descansar. Com a tal fome
ele nem se preocupava, só comia algo quando por ventura no caminho encontrava
isto muito raramente, mas naquela tarde algo o incomodava, sem saber, então
começou a pensar, pra onde estou indo? O que estou fazendo com minha vida?
Naquele momento Marcos procurou se lembrar do acontecido, mas só se lembrou do
passado como um vulto, aquela forte dor! Ele não sentia e até parecia nem se
lembrar, neste momento, pensou! Viver é o mais importante, mas agora como? Aqui
estou eu, no meio do nada, ou seja, no meio a tanta areia, como encontrar a
vidas? Começou a pensar, acho que aqui morrerei! A sede é tanta que Marcos já
esta ficando sem forças para caminhar, mas também caminhar pra onde? Voltar,
também ele não mais sabia, não sabia o caminho e nem se queria. Perdido não se
sabe se em pensamentos ou se em delírios, provocado pela sede e pelo calor,
quando ele percebe esta no meio de um vendaval que a poeira tampa toda sua
visão, ele fecha os olhos para protegê-los da areia, ele senta e sem fé,quase
se entrega; mas sua alma CLAMA pela vida. Dirrepente tudo se acalma, ele sente
calma e menos calor, levanta e olha em todo seu redor, de onde nada se vê, fita
os olhos no horizonte e uma fecha de esperança se abre em sua frente, ele
avista uma fumaça ao longe; mas não desanima e caminha em sua direção, anda
mais ou menos umas uma hora, sempre parando para não perder o rumo. Até que
enfim chega, e encontra um ranchinho de folhas de coqueiros que ele pensa veio
de onde estas folhas! Chama mas ninguém responde, ele entra e encontra vários
potes com água, um fogão a lenha com um caldeirão de feijão, cujo cheiro é
convidativo, toma vários e vários copos de água, espera pra ver chega alguém
até muito tarde, mas nada, ninguém chega, ele resolve comer o feijão, em
seguida deita em uma rede que ali encontra e adormece, só acordando com os
raios do sol em seu rosto, levanta a cabeça, e ao lado da rede em um tamborete
de madeira, esta um senhor com a idade já bem avançada, ali sentado o olhando.
O qual o pergunta; dormiu bem? Ele assustado- responde; desculpa senhor tomei o
seu lugar; o senhor diz, não, você não tomou meu lugar, este lugar eu preparei
pra te esperar, é seu, fique e encontre a paz. O senhor saiu e se foi antes que
ele dissesse uma só palavra, mas entendeu que pra ser feliz, não precisamos de
muito, só um ranchinho que nós cubra do calor do sol e das gotas da chuva.
Hoje Marcos é FELIZ! É o melhor guitarrista do
deserto.
Ironita Mota
Este conto esta no meu livro CASEBRE de contos.
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