UMA FLOR NA BEIRA DA ESTRADA
Lá estava Cris, andando em uma estrada e não via nada
e nem ninguém, sua alma estava chorando, seu olhar triste a passos lentos e sem
rumo.
Apesar do frio que doía a pele, havia uma poeira
vermelha que muitas vezes o vento soprava e ela subia do chão espalhando pelo
ar, e é claro que cobria também seu corpo e seus cabelos. Não se vendo nada, ao seu redor, Cris
continuava andando sem rumo, porém na mesma estrada.
Em meio à caminhada, ela
mesmo sem querer dá uma olhada em um barranco e avista uma flor, uma flor tão
bela, que enche seus olhos de alegria , mesmo sem ela perceber, e naquele
momento a tristeza parece ter cansado de seguir aquele coração, e resolve
seguir outro rumo.
Cris já com um sorriso no olhar, vai rumo aquela flor
com intuito de pega-lá ,mas imagina! o sol esta tão quente que se eu á pegar ela
vai murchar em muito pouco tempo. Decide então seguir seu caminho deixando a
flor em seu lugar,e a natureza parece agradecer aquela atitude, e uma nuvem
cobre o sol, dando um ar de frescor e aliviando até o cansaço de seu corpo, a
jovem Cris começa a se lembrar o porque de sua tristeza, e percebe que o motivo
já nem tem tanto motivo assim de ser.
Com este pensamento,ela começa a ver que a vida vale
mais que qualquer tristeza que agente queria colocar em nossa vida.
Neste momento a vida lhe presenteia com mais uma
oportunidade de vida e paz!
Ela fita o olhar no horizonte e vê uma linda cachoeira
,em um pequeno morro,com o olhar fixo, ela decide ir até lá, caminha por mais
alguns longos passos e logo se aproxima, já sentindo o cheiro daquela água,
sente também seu frescor, ela fecha os olhos e começa a sentir o clima de
natureza dando lhe muita paz.
Passando pelos capins e tendo que afastar algumas
pequenas galhas de mato para chegar ao seu objetivo, a cachoeira, ela pisa em
algo estranho e quando olha, havia pisado em um sapo, que assustado sai pulando,
ela sorri e pensa em voz alta,coitado,ele esta aqui em paz,em seu habitat
natural,sozinho e vem eu sabe se lá de onde perturbar sua paz e seu sossego, e
completa a frase ,pedindo lhe desculpa. Só que envolvida com aquele ser
vivente, ela esquece de olha a frente, e já chegou na beira da cachoeira, com o
calor e a poeira que enfrentou naquela estrada ,sentiu uma grande necessidade
de tomar um belo banho naquelas límpidas águas, e entra debaixo daquela pequena
queda de água com roupa e tudo, ainda bem, porque ela nem percebeu mas ali, a
poucos passos, tinha um morador!
O qual ela só percebeu após sentir frio e sair debaixo
da água, estava tremula, e pensou novamente em voz alta, ai eu precisava de
algo para me aquecer, poderia ser algo para me embrulhar, uma flecha de sol, mas
o bom mesmo seria um chá quente!
Naquele momento ouve uma voz firme, que diz: Vamos
tomar, acabei de fazer, ela quase caí de susto! como iria imaginar que encontraria
alguém naquele lugar, olha para trás e vê um jovem alto, magro de cabelos
pretos,grande e amarrados, e naquele momento percebe que tem uma linda casinha
de madeiras roliças, com uma varanda e um fogão a lenha,cujo calorzinho era
convidativo. Mas ela ainda muito assustada e tremula não se sabia mais se pelo
frio ou pelo susto. Sem saber o dizer para aquele moço, só disse você me
assustou, ele sorri e responde me desculpe, mas não vi outra maneira de falar
com você e poder te ajudar a pelo menos aquecer e quem sabe te alimentar, deve
estar com fome, afinal eu conheço bem esta longa estrada, foi como você, que
cheguei até aqui.
E também tive a sorte de ser recebido por um senhor
que há muitos anos iguais, eu e você aqui
também chegou e foi recebido por uma jovem que lhe acolheu. Cris achou muito
mistério, mas sem oura opção só lhe restava aceitar o chá e o acolhimento.
Conta se, que aquele casal vivem lá a muitos anos, e
que hoje lá vive também muitos outros jovens, que como eles sofrem alguma
decepção na vida e que a tristeza ao
invadir suas almas, e é direcionado para aquela estrada e que aquela linda flor
encontra na beira da estrada, é também direcionado para aquela cachoeira e lá
se junta com aquelas outras pessoas e lá seguem o circulo de suas vidas sem
sair do lugar.
Vivendo no meio do nada, pois quem sai sem rumo, chega
a lugar nenhum, e passa a viver sem destino e sem perspectiva, sem tristeza e
sem motivos para buscar a alegria de viver, apenas se vive não se sabe se de
mistério ou nos mistério daquele lugar.
Ironita Mota