quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

TAPERA ASSOMBRADA


                                
                                  Tapera Assombrada

  Uma tapera na beira de uma estrada, com um quintal também abandonado, porém cheio de árvores frutíferas que nascem, crescem, os frutos, amadurecem e todos caem dos pés sem ninguém pegar. Isto porque contam tantas histórias de assombração daquele lugar que ninguém se arrisca nem perto chegar.  Contam que num passado não muito distante viveu ali uma família que de medo tiveram que se mudar, e
dizem que antes em um passado já bem distante um casal 
construiu aquele lugar com sonhos de ser feliz e poder de tudo aproveitar, mas que algo inesperado aconteceu e os dois morreram, mas dali suas almas não quiseram sair e não deixam ninguém se aproximar.  Contam que aquela família quis desafiar, chegou se ajeitou e foi morar, mas as noites eram tenebrosas, ouviam cachorros uivando, gente gritando e gemendo, vasilhas caiam das prateleiras, pisados pelo chão e até dança de catira ouviam por lá. Enfim, ninguém dormia. E durante o dia era susto por toda parte, frutos vinham em sua direção como se alguém os tivesse jogando, ouviam chamar na porta e quando iam atender além de não ter ninguém ainda ouviam risadas a gargalhar. A coisa era tão feia que até o pobre malhado nem podia cochilar, malhado era o cavalo que a família usava para ir à cidade, este às vezes ficava parado, olhando por todo lado, e de repente começava a correr pelos pastos e relinchar.  Assim foram meses de agonias, de dias turbulentos e noites tenebrosas. Até que em uma noite de lua cheia, dona Cosma, que era a esposa do senhor Jacobi e mãe do Jeremias; menino bem quieto e calado, e da difícil e respondona Carita, tomou uma decisão; e bem caladinha no meio da noite levantou pé a pé e ficou em um canto da cozinha esperando a tal assombração! E foi passando 
as horas e horas foram passando e nada de cair panelas, de portas baterem e nem um pisadinho ela ouvia, mas Cosma ficou ali firme, e o silêncio seguia noite adentro. Na sala, o velho relógio de parede que seu marido havia ganhado de presente de casamento contava minutos e horas. Como eles deitavam muito cedo pra dormir, tipo no máximo às vinte horas, esperar a noite toda passar era complicado. Dona Cosma de vez em quando vai pé a pé olhar as horas, e nada do tempo passar e da tal assombração aparecer.  Mais uma vez vai ela, bem devagar, e olha no relógio que já está perto de ela não mais conseguir as horas olhar, pois a lua vai passando e a claridade deixa de entrar pela fresta da janela de pau a pico. Então ela pensa em ir deitar, mas seus pensamentos ainda estão em ver a tal assombração.  Ela pensa e fala baixinho:  — Acho que vou é abrir a porta bem devagarzinho, sair lá fora e ver se tal assombração aparece.  Ela pensa: já estou pensando que assombração nem existe, a gente devia era viver com tanto medo que chegávamos a ouvir tanto barulho.  Como estava já quase em dúvida, dona Cosma decide ir dormir, ou pelo menos deitar, já que o sono sumiu.  
Vira para caminhar rumo ao quarto, ouvi dois barulhos ao mesmo tempo; as batidas do relógio e o ronco do marido, que além de roncar ainda sopra.  Ela pensa em voz alta:  — Isto é pior que a tal assombração, esta tal assombração que nem existe, ou eu sou pior que ela, porque para mim esta danada não quis aparecer.  Deu uma boa gargalhada ali sozinha... E neste momento um grande barulho rodeou a casa; era uma chama de fogo tão grande que soprava um calor intenso e muitas labaredas saiam por todo lado. A corajosa mulher ficou ali estremecida, não sabia se gelada ou queimando. O fogo parecia vir em sua direção como flecha ou jatos de água.  Ela grita, mas ninguém ouvia!  De repente vem em seu rumo uma figura rolando pelo chão. Ela olha em pânico, é uma cabeça com olhos vermelhos, boca vermelha e gritando como ela, e ao mesmo tempo dando gargalhadas.  Fui eu, e agora é você.... Só gostam das cabeças no planeta que estou e agora vai você, mas antes procura seu marido na cama cacaca.  Ela vai na cama e seu marido está coberto por pelos pretos e unhas grandes. 

Ela grita de novo e diz:  — E meus filhos cadê? Eles não!   Contam que aquela cabeça rolava no chão e no ar; também contam que não se sabe pra onde aquela família foi, mas que aquela cabeça soltou de sua boca algo cortante e que mais uma cabeça ela pôs pra rolar. E que seu marido, aquele que dizia que se por ali existisse lobisomem que ele ia era ser igual a ele e que nas noites de lua cheia muitas mulheres bonitas iam poder pegar, acabou realmente sendo igual.  Contam que naquele momento a cabeça se pôs em um belo corpo de potranca, com um vestido vermelho, boca vermelha e cabelos esvoaçados. Também contam que ela soprava fogo por todos os lados...... E cadê? Daquela família, ninguém nunca mais ouviu falar!

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