domingo, 11 de setembro de 2022

Primavera

 PRIMAVERA


Já era quase final da primavera, mas as flores estavam lindas! Nara sai lá fora, olha a borboleta naquela simples flor, com o celular na mão não resiste e faz a foto, neste momento ela ouve uma voz que chama pelo seu nome, ela levanta o olhar e se alegra, é aquela amiga que ela tanto gosta e a faz tempo que ela a via, Nara coloca o celular no bolso da bermuda e vai ao encontro de Flaviane para abraçar a amiga, quando ela olha a olha no rosto percebe que em seu olhar, não tem brilho, apenas uma pequena gota de lágrima Caí de seus olhos, sem pergunta, Nara a abraça amiga de tanto tempo, aliás desde os tempo da escolinha, sempre estudaram juntas, até que quando foram para faculdade, apesar de fazerem o mesmo curso, foram para faculdades diferentes, e cidade grande é assim mesmo, tudo fica longe quando se muda de escola, e muitas das vezes precisa se mudar de setor para adequar as facilidades que a vida corrida exige, e com elas foi o que aconteceu. Por um bom tempo ainda se falavam por telefone, no começo por horas, tempo este que foi diminuindo com o passar do tempo. Depois limitaram as mensagens de áudios, recadinhos e até que tudo acaba tomando o tempo das amigas e acaba por afastar uma da outra. Elas se abraçam e Flaviane, acaba chorando ainda mais!  Nara convida a amiga para entrar e vão direto para o quarto dela, Nara sabe que precisa ouvir a amiga, elas sentam uma ao lado da outra, em uma poltrona ao lado da cama.

Flaviane começa a falar, amiga estou igual a aquela borboleta que estava em seu jardim, voando sem destino, paro em uma casa, almoço, e as vezes durmo, no dia seguinte vou pra outra casa, parei de estudar e não consegui trabalho, pela minha pouca idade.  Nara, sem entender nada pergunta; amiga, mas cadê sua mãe? Ela responde, amiga perdi minha mãe, e não sei onde está meu pai, não tenho como pagar o aluguel da casa e a faculdade, como tenho quinze anos, não sei o que fazer, posso dormir na casa de uma prima de minha, onde está minhas coisas, mas ela tem filhos e ganha pouco, não pode me sustentar. Nara pergunta a amiga, amiga e se nos duas tivermos alguma ideia de trabalho? Flaviane abre um leve sorriso e diz mais o que amiga? Nara responde, vamos falar com minha mãe pra você dormir aqui por um tempo, e vamos encontrar o que fazer, enquanto Nara caminha rumo a cozinha pra fala com a mãe, vem a ideia! Isto ao ver uma forma de bolo que a mãe acaba de lavar e está em cima da mesa, e assim elas duas começam um pequeno negócio de jovens boleiras e salgadeiras.

Levantavam bem cedo e faziam várias formas de bolos de vários sabores, todos com receitas da internet, saiam vendendo de porta em porta em porta, nas casas, comércios e escolas. Enfim as duas em pouco tempo precisaram fazer um pequeno cômodo no lote da mãe de Nara para montar a fábrica, e com mais um tempinho elas completaram idade e compraram uma Kombi para vender lanches por quase toda cidade. Claro que a tristeza da perca da mãe de Flaviane de seu coração a amiga Nara não pode tirar, mas a lagrima de seus olhos ela conseguiu secar, e mostrou para a amiga, que aquela borboleta, não estava voando sem destino pra lá e pra cá, e sim saboreando o doce do néctar das flores, flores estar que alimenta, alegra a alma e enche de vida nossos olhares, hoje elas lembram daquele dia, daquela foto e daquele abraço como um recomeço de grande amizade, amizade que nasceu na infância. Na primeira escola, e que nem mesmo aquele tempo separado, a amizade acabou, e sim provou que amizade é para sempre e para todas as horas e momento.  Será que somos capazes de sermos amigas ou amigos, assim? 






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